Será uma doença ou uma cura? Ou nenhum dos dois? Um sintoma, um impulso? Eu posso dizer que é algo que vem de dentro.
Ela não se restringe, como a maioria pensa, à camada feminino da sociedade, mas a masculina também sente, sofre ou não sofre desse bem ou desse mal. Tem gente que nem conhece ou conhece e não identifica o que está acontecendo e tem gente que nunca sentiu isso, tem outros que são loucos para ter e outros loucos para não ter…. Existem uns que tem uma super facilidade e outros uma mega dificuldade.
É uma sensação que ocorre em nosso corpo físico e emocional, existem até livros e estudos que explicam cientificamente este estado. É algo que vem de dentro…..de dentro do peito, o coração acelera, a respiração altera, suor nas mãos, boca seca, o corpo lateja, frio na barriga seguido de arrepio, sorriso fácil e um monte de outras sensações. A pessoa fica desconcentrada ou será desconsertada? E por alguns instantes até parece flutuar…. nem consegue trabalhar direito, o que está fazendo não rende, perde o apetite, as noites de sono ficam comprometidas.
– Ai, o que será que está acontecendo comigo? – você se pergunta.
Preste atenção: se você possui todos esses sintomas ou parte deles, você foi diagnosticado: isso é paixão!
A paixão é um sentimento intenso e de curta duração, conhecida pela ciência como um estado psicológico que altera o sistema límbico e aqui, para nós, é paixonite aguda!
Junto com ela surge um louco desejo que não dá para explicar e é difícil de controlar. A cabeça não explica e o coração sente e domina a situação. Não tem remédio, o que pode ser feito é a redução dos sintomas. Como? Viver a paixonite intensamente enquanto é tempo, porque ela tem prazo de validade.
A paixonite aguda pode durar segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses ou até anos e é mais intensa e depois vira outro sentimento, num ritmo menos acelerado.
Cuidado com o que pode acontecer quando brota a paixonite aguda. A vontade louca vem junto com o medo de não concretizá-la, o medo dos desejos não corresponderem às suas expectativas ou ainda o medo de se entregar às suas emoções. São constantes os pensamentos incontroláveis, as ideias recorrentes de tudo sobre a pessoa dominam a nossa mente e, por isso, desejamos estar perto dela, cada vez mais e mais e mais. Isso é muito parecido com efeitos obsessivos compulsivos. Será?
Nesse caso pode trazer a ansiedade de bandeja, aí você pode nem curtir essa paixão e até se ferir por criar expectativas demasiadas. Dependendo do nível, a paixonite pode se tornar um mal.
A paixão não se resume a alguém, você pode ser ou estar apaixonado pela vida, pela música, por cinema, por se realizar e ser feliz, pelo trabalho, pelas possibilidades, por uma causa e por tudo de maravilhoso que a vida te proporciona. É um desejo ardente, é energia vital em movimento. Esta paixão que nos impulsiona a seguir adiante, a conquistar, a mudar. Nesse caso então, a paixonite pode ser uma cura, uma grande motivação, um grande impulso para realizar os nossos desejos.
O perigo existe -há uma linha tênue entre a paixão e a ansiedade. Esta aparece quando a paixão deixa de ser saudável, dando lugar a esta outra emoção, que deseja acelerar os acontecimentos e correr contra o tempo, podendo até machucar e gerar consequências dolorosas.
Vamos entender a paixão – paixonite aguda- por um viés científico.
A paixão é resultado de alterações em nosso cérebro e ela é regulada a partir de substâncias químicas, hormônios e neurotransmissores. Durante a paixão, o cérebro libera substâncias que nos fazem sentir e agir de maneira diferente. São os neurotransmissores: oxitocina, vasopressina, dopamina, adrenalina e cortisol, entre outros.
A oxitocina e a vasopressina estão associados ao apego e à conexão entre as pessoas envolvidas, o que ocasiona a sensação de prazer e ativa o sistema de recompensa do cérebro, nos impulsionando a fazer mais daquilo que nos gera a gostosa sensação. A dopamina gera motivação, vontade de fazer coisas diferentes e maior desejo sexual.
A adrenalina e o cortisol são liberados em altas quantidades em nosso corpo quando estamos apaixonados, o que causa uma ansiedade relativamente boa, pois existe a liberação de estímulos estressantes.
Quando estamos apaixonados, substâncias químicas associados ao circuito de recompensa inundam nosso cérebro. Essas substâncias produzem estímulos físicos e sensações de prazer, motivação e felicidade. Logo, nosso estado emocional muda para melhor e diversos benefícios são experimentados pelo nosso corpo e mente quando estamos vivendo essa paixão. Observação: quando correspondida!
Uma coisa eu posso te dizer: todas essas sensações e emoções são válidas. O gostoso é curtir a paixonite enquanto é possível, sem deixá-la passar: de forma leve e solta; é degustar o sabor de cada momento.
E quando você está com paixonite aguda e fica vendo flores em tudo quanto é lugar, ri de qualquer coisa, fica um pouco bobo(a) demais, com um brilho nos olhos e fica até mais bonito(a). Pensa o tempo inteiro na pessoa e tudo aquilo que você faz te remete à ela. A paixonite acontece de repente, quando menos se espera, surge de forma inexplicável e cria até uma cegueira momentânea: nesse caso você está totalmente dominado pela emoção!
Você pensa demais, sonha todas as noites, sente desejos e arrepios, uma paixão intensa, uma vibração no corpo, o coração acelerado e também um pouco de medo disso tudo terminar ou de nunca poder experimentar desse sabor novamente ou desse sentimento se transformar em algo ruim. Credo!
E a vontade de contar tudo o que aconteceu no seu dia, de estar sempre perto ou grudadinho no outro. A pessoa não sai da sua cabeça e todos os seus amigos, conhecidos, motoristas de taxi, de aplicativo, porteiros, colegas de trabalho, todos sabem disso ou percebem que você está diferente, já que é seu único assunto ou o seu olhar entrega. Tudo que a pessoa faz é lindo! Porém, sem querer quebrar o clima da paixonite, é preciso ter cuidado.
Existem algumas contraindicações ou efeitos adversos: leia abaixo.
Por mais que estar apaixonado seja positivo, é importante ter em mente que a paixão, devido aos baixos níveis de serotonina, pode ser obsessiva, compulsiva, gerar dependência emocional e, caso não seja correspondida, gerar dor e sofrimento.
Além disso, é bom ter consciência que o momento em que somos dominados pela paixão gera uma certa demência e, por isso, devemos evitar expectativas exageradas ou decisões precipitadas para que não ocasionem frustrações ou arrependimentos.
A paixonite existe quando há uma admiração pelo que o outro é e sobretudo pelo que nos atrai, existe um tesão, uma conexão profunda e inexplicável entre os envolvidos. Nós atraímos aquilo que somos ou o que queremos ser ou aquilo que colocamos em uma lista de desejos. Pausa para reflexão: qual a resposta certa para você?
Acho que preciso agora da cura para essa paixonite aguda! E não existe cura maior do que vivê-la intensamente enquanto durar! E que ela não tenha prazo para terminar!
Me conta aqui nos comentários se você está apaixonado(a), vivendo ou sofrendo com uma paixonite aguda.
Respostas de 6
Me lasquei viu, acho que vou morrer de infarto
E quando a paixonite vira ansiedade..depressão ..quando uma das pessoas é casada e a outra é solteira…e a paixonite domina o casal?? O que fazet? Esperar a paixonite passar ou levar adiante e terminar quando a paixonite acabar?
Você disse isso pois a maioria é correspondida??
Oi Daniel! Sinceramente, não tenho conhecimento sobre essas estatísticas…. e nem faço ideia se a maioria é correspondida!
E quando esta paixonite não é correspondida, é vc vê a pessoa diariamente?
Olá Marcio! Tem certeza de que não é correspondida? Se realmente isso acontece, bola para frente! Tenho certeza que tem muita gente interessante por aí! Grande abraço.