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A Sabichona, apelido dado pelos animais da selva, era uma elegante e inteligente girafa que vivia em seu espaço na selva. Lá ela tinha uma biblioteca grande, cheia de livros e enciclopédias, dvd´s cheio de conteúdos e internet wi-fi. Todo esse material ela utilizava para suas pesquisas e estudos, o que fazia dela um destaque na selva.

Como todos os outros animais sabiam que a girafa tinha muito conhecimento e tecnologia em seu espaço, sempre que precisavam iam até lá fazer uma consulta e buscar respostas para suas dúvidas.

A girafa Sabichona, passava a maior parte do seu tempo estudando e lendo, e tinha um conhecimento vasto de vários assuntos, era muito boa para conversar e bater papo, filosofar, dar conselhos e informações. Ela era muito curiosa e observadora. Dessa maneira, seu lugar na selva era muito frequentado pela maioria dos bichos.

– Olá, girafa Sabichona, tudo bem? Tem um tempinho? Estou precisando saber uma informação sobre o clima na ilha dos macacos – pergunta a raposa.
– Olá D. Raposa! Ah, sim, vou verificar pra você. Está indo a turismo ou negócios? – perguntou a girafa.
– A passeio, vou curtir uma praia. – respondeu a raposa.
– Também estou precisando de umas férias! Não se preocupe que eu já verifico aqui no meu material e te digo o clima nesse período para a senhora descansar e curtir a sua prainha.- respondeu a girafa.

Depois de uns quinze minutos de pesquisa, a girafa Sabichona passou todas as informações para a D. Raposa, a temperatura, umidade do ar, as praias mais movimentadas, as mais próprias para descansar, dicas de alimentação, hospedagem e muito mais. E a raposa saiu satisfeita e muito agradecida, pois teria umas férias muito bem programadas.

A girafa Sabichona sente-se muito feliz em poder ajudar, e orgulha-se.

O tempo foi se passando, o número de visitantes foi aumentando e o tempo para o estudo da girafa Sabichona foi diminuindo. Ela resolveu começar a dormir mais tarde para continuar estudando para aumentar ainda mais seu conhecimento e atender às expectativas dos visitantes.

Depois de alguns anos, a girafa Sabichona já era referência em toda a selva e os seus conhecimentos eram muito maiores do que o de qualquer outro habitante. Dessa maneira, ela foi ficando muito cansada e irritada com tantas procuras e começou a tornar-se mais exigente, chata, muito impaciente e desconfiada com os animais da selva.
Algumas vezes ela até chegou a dizer rispidamente coisas do tipo:
– Se quiser saber sobre esse assunto, vá estudar ou procurar em outro lugar.
– Hoje não estou disponível e parem de encher a minha paciência, seus burros.
– Não toquem nos meus livros, por favor. Se algum sumir ou estragar, a culpa será sua.
– Já passou da hora de você instalar internet no seu espaço.

Devido a esse comportamento, os bichos começaram a deixar de procurar a Sabichona para solucionar as suas dúvidas e obter conselhos, trocar ideias. Alguns começaram a estudar mais e reunirem-se entre si para discutirem alguns assuntos mais complexos.

E ninguém entendia o que aconteceu e porquê ela se tornara tão insuportável, a ponto de afastar todas as pessoas do seu lado. E a Sabichona se remoía, pensava, pensava, pensava….. consultava os seus livros e até os oráculos. Ela sentia-se triste, pois todos a haviam abandonado e não precisavam dela para mais nada. O que teria acontecido?

Como ela era muito curiosa e estava sofrendo com tudo isso, ela resolveu largar o orgulho e ir atrás de respostas. Foi ao lago dos hipopótamos, visitar e conversar com sua ex melhor amiga Cinzinha.

– Olá, Cinzinha, tudo bem com você? – pergunta a girafa.
– Comigo tudo bem, mas com a gente nada bem. Não quero você aqui no meu lago – disse Cinzinha, enquanto afundava.

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A girafa saiu de lá sem saber porque tinha sido tão maltratada e então resolveu procurar a D. Raposa, que fora a sua última visitante a sair satisfeita.

– Olá, D. Raposa, tudo bem? A senhora pode me receber? – indagou a girafa.
– Claro, Sabichona, pode entrar. – respondeu a raposa. – o que te traz aqui?
– Eu vim em busca de respostas, pois todos me abandonaram e eu tenho andado muito triste, até um pouco deprimida, sentindo-me solitária, sem saber o que fazer com todo esse conhecimento… – comentou a girafa.
– Então, Sabichona, a verdade é que você começou a se achar boa demais, uma sabe tudo, com mania de perfeição, desconfiava de todos sem motivo, sempre se achava melhor. Se tornou um bicho rude, muito chata, grosseira e impaciente com todos os habitantes da selva. – desabafou a raposa.

Nesse momento, a girafa estava com os olhos arregalados, surpresa com o que ouvira e engoliu seco.

– Eu não tinha percebido nada disso….Comecei a ficar muito sobrecarregada, estressada e acho que me esqueci do mais importante, deixei de prestar atenção nas pequenas coisas da vida. Você dizendo isso, estou percebendo agora o tanto que eu afastei os outros de mim – choramingou a girafa.
– Pois é… mas isso pode mudar, não acha? – disse a D. Raposa tentando animá-la.
– Eu realmente não sei, do jeito que os animais estão me odiando…- lamentou Sabichona – nem a Cinzinha quis falar comigo.
– Eu tenho uma ideia! Mas antes, vou precisar da sua ajuda e do seu conhecimento para colocar o plano em prática. – comentou a raposa.
– Claro que eu ajudo! Quero muito ter todos de volta no meu espaço para eu compartilhar o meu conhecimento. Aquele local grande, cheio de material valioso, ficar guardado e só comigo não faz sentido.

Algumas horas depois, todas as cartas com pedidos de desculpas e um convite para o baile da primavera foi enviado para todos os habitantes da selva e entregues pela D. Raposa, para gerar mais credibilidade e confiança.

Na porta do baile, Sabichona se emocionou ao ver e poder abraçar todos os seus amigos, conhecidos e habitantes da selva. E percebeu a importância de todos aqueles animais em sua vida, encontrou a razão para continuar estudando e adquirindo tanto conhecimento, sem deixar o brilho excessivo ofuscar.
Ao final, fez um agradecimento a todos e especial à D. Raposa, convidando-a para ser sua assistente oficial.

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