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Uma frase que eu gosto muito é aquela que diz que ” a felicidade não é um ponto de chegada e sim o próprio caminho”. E muitos esperam chegar à tal felicidade quando comprarem uma casa, quando fizerem a viagem dos sonhos, quando casarem, quando conquistarem uma promoção no emprego… e poraí vai. Então, as pessoas esperam alcançar algo, o sucesso, para então ser feliz. Porém, funciona de modo contrário.

A busca da felicidade é um dos objetivos fundamentais do ser humano, ou seja, uma busca universal, por isso, a ONU decidiu proclamar 20 de março como o Dia Internacional da Felicidade. Em todo o mundo, esse dia é de reflexões, de maneira a proporcionar um desenvolvimento humano sustentável, com foco no bem-estar de indivíduos, comunidades e países.

Há algumas décadas, estudiosos de diversas universidades, com destaque para as Universidades da Pensilvânia e de Harvard, se empenharam em estudos sobre a felicidade. Neste período, Martin Seligman e outros pesquisadores fundaram a psicologia positiva e o conceito do florescimento humano. Então, a felicidade passa a ser objeto da ciência (o que eu considero o máximo!) e também índice para análise de desenvolvimento político, econômico e social de nações em todo o mundo.

E tudo o que eu venho aprendendo sobre esse movimento da felicidade e da psicologia positiva, foi, a princípio, com o livro “Felicidade autêntica” , de Martin Seligman, com o livro “O jeito Harvard de ser feliz” , de Shawn Achor e com a Flora Vitória, da SBCoaching, declarada Embaixadora da felicidade no Brasil.  Acho essa mulher muito inspiradora!

Afinal, o que é a psicologia positiva?

A psicologia positiva é a ciência que estuda as virtudes e forças pessoais, que conduzem a uma vida plena, significativa e feliz! Estuda a felicidade, analisando como as pessoas felizes reagem ao meio onde se encontram, o que as motiva, como elas lidam com as adversidades e como elas mesmas avaliam suas vidas quanto às metas que buscam atingir.

Martin Seligman descobriu que a felicidade existia independente de várias coisas que nós acreditávamos, como dinheiro, saúde, condição social, um bom emprego, etc. Sob nossa análise seriam importantes para a felicidade, mas não são os principais fatores. Desde que exista o mínimo necessário, de forma que atenda às necessidades básicas do ser humano.

Então, existem estudos que indicam que aproximadamente 50% da sensação de felicidade vem de fatores genéticos, apenas 10 a 15% da nossa satisfação com vida são referentes à fatores circunstanciais, ou seja, aqueles fatores externos que não temos controle e em média 40% vem das nossas ações, nossas escolhas, da maneira como interpretamos os fatos da vida, como lidamos com as adversidades. Então, minha sugestão diante disso é: faça escolhas, tenha paciência e persistência, pois as conquistas levam tempo. A dor, o sofrimento são inevitáveis, mas o cultivo desse sentimento é opcional. Quem é feliz tem muito mais chance de ter sucesso, dinheiro e conquistas. Você sabia?

Segundo os estudos de Martin Seligman, alguns fatores como um país democrático e rico influencia na felicidade, como exemplo são os países primeiros colocados nas estatísticas: Finlândia, Noruega, Dinamarca.

Todos os anos é divulgado o World Happiness Report, uma pesquisa global que descreve os níveis de felicidade d 156 nações ao redor do mundo. Publicado pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, foi divulgado o resultado de 2019, e a Finlândia recebeu o título novamente de país mais feliz do mundo, seguida da Dinamarca e Noruega.  O Brasil, por sua vez, caiu dez posições em dois anos  (de 22º para 32º lugar). Mesmo assim, ainda estamos mais felizes do que muitos outros países da América do Sul, como Uruguai, Argentina, Colômbia, Equador, Bolívia, Paraguai e Peru. Estamos menos feliz apenas que o Chile, os outros acredito que nem tenham participado da pesquisa.

As justificativas para que o Brasil tenha caído tantas posições são variadas e socialmente complexas. A corrupção, a desigualdade social, a violência foi o que impactou negativamente a sensação de bem-estar e de satisfação com a vida.  Além disso, os relacionamentos interpessoais são o que mais afeta a felicidade e, em maior ou menor grau, todos os indivíduos são afetados pelo ambiente em que habitam. Uma análise mostrou ainda uma positividade e um otimismo grande, comum entre os brasileiros.

O bem-estar, segundo a  psicologia positiva, é uma construção multidimensional, e por isso não há como qualquer indivíduo alcançar a felicidade autêntica ignorando as problemáticas sociais e o relacionamento com o ambiente em que estamos inseridos. Isso quer dizer também que nós todos somos responsáveis pelo bem-estar social: seja nas comunidades das quais fazemos parte: empresa, condomínio, escola, país, etc. Uma saída para isso é mais generosidade e compaixão, por parte dos brasileiros.

Então, como ser mais feliz?

Não há uma receita de bolo, afinal são décadas de pesquisas e estudos e muito ainda está por vir.

As primeiras dicas seriam ler os livros de Martin Seligman, como “Felicidade autêntica” e o livro “O jeito Harvard de ser feliz”. Porém,  diante do que a ciência já comprovou e do que eu venho estudando, existem algumas boas atitudes para auxiliar nesse caminho rumo à felicidade e ao bem-estar.

Algumas ações simples inseridas em nosso dia-a-dia são capazes de mudar a nossa maneira de interpretar o mundo e de ser mais feliz. Elas podem ser agrupadas em um modelo criado pelo dr. Martin Seligman, o PERMA.

P – Positive emotions (Emoções positivas) : ampliam a consciência das pessoas e estimulam novos caminhos para explorar pensamentos e atitudes, além de facilitarem o desenvolvimento de novos recursos internos ou habilidades.

E – Engagement (Engajamento) : significa acreditar que as coisas que você faz valem a pena, e dedicar-se a elas com comprometimento e paixão.

R – Relationships (Relacionamentos positivos e conexões sociais) eles são fonte de apoio e de conexão. Relacionamentos positivos constituem as bases de instituições positivas, sejam elas famílias, empresas ou comunidades.

M – Meaning (Significado e propósito) é o nosso propósito de vida, aquilo que direciona nossos esforços e objetivos.

A – Accomplishment (Realização) refere-se a atingir os objetivos que estabelecemos para nós.

Passos para trabalhar esses aspectos do PERMA:

– Pratique a gratidão;

– Separe um tempo para um hobby ou atividades de lazer;

– Relaxe, pratique a atenção plena (meditação, mindfulness, yoga);

– Doe-se, exercite a compaixão;

– Dedique mais tempo ao que faz mais sentido para você;

– Cultive relacionamentos, tenha um tempo para amigos e familiares;

– Permita-se ser humano, ter as emoções humanas (sofrer, errar, sentir-se triste, chorar, sentir raiva);

– Enxergue o lado positivo em cada situação;

– Dar valor a pequenas coisas e belezas da vida;

– Descubra as suas forças e virtudes e utilize os seus talentos;

-Busque o que te leva ao estado de fluxo / flow;

– Be Happy!

No programa Revista BHNEWS , na coluna de desenvolvimento humano, Rachel Antonini entrevistou Isabela Capelão e o tema foi Felicidade. A entrevista já está disponível no canal do Youtube da BHNEWS TV.

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